HIV/AIDS e a saúde bucal do paciente
No dia 1º de dezembro foi celebrado o Dia Mundial de Luta Contra a AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida). O vírus da imunodeficiência humana (HIV) é o agente causador dessa síndrome, que foi descrita pela primeira vez em 1981.
No início, a doença foi estigmatizada e associada aos grupos de homossexuais, prostitutas, usuários de drogas injetáveis – os chamados grupos de risco, gerando um grande preconceito e a falsa ideia de que somente pessoas pertencentes a esses grupos poderiam contrair a doença.
Com o avanço das pesquisas, campanhas de conscientização acerca do tema, prevenção da doença e outros programas, esse estigma foi perdendo força, entretanto o preconceito ainda persiste.
Problema mundial
O vírus HIV/AIDS representa um problema de saúde pública mundial. Só no Brasil, eram cerca de 960 mil pessoas convivendo com a doença em 2021. Segundo o Relatório Anual de 2022 da UNAIDS (Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids), a estimativa da prevalência de pessoas que vivem com o vírus no Brasil dobrou nos últimos 20 anos.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento para AIDS e também faz a distribuição de medicamentos antirretrovirais. Esses remédios impedem a proliferação do HIV/AIDS e, assim, evitam que o corpo fique sem defesas.
Por conta dessas medicações antirretrovirais, as pessoas passaram a viver com o vírus, aumentando significativamente a sobrevida, o que denotou caráter crônico dessa enfermidade e, consequentemente, passaram a buscar por qualidade de vida, bem como por acesso aos serviços de saúde, inclusive bucal.
Demandas específicas
A cirurgiã-dentista do Grupo Caberj, Dra. Sueli Cavalcanti, explica que as pessoas que vivem com HIV/AIDES (PVHAs) “têm demandas específicas em saúde bucal, pois são acometidas de infecções oportunistas com manifestações bucais decorrentes da imunossuopressão, tais como candidíase, a leucoplasia pilosa, o Sarcoma de Kaposi, a doença periodontal associada ao HIV e também o Linfoma Não Hodgkin ”.
Ainda de acordo com a profissional de saúde, “os cirurgiões-dentistas têm papel importantíssimo no tratamento das PVHAs, pois a melhora das condições de saúde bucal impacta positivamente na saúde geral. E o tratamento odontológico não é diferente do realizado em pacientes sistemicamente comprometidos, pois o uso de equipamento de proteção individual (EPI) é obrigatório para prevenir o controle de infecção cruzada para todos os pacientes ”.
Por fim, a dentista do Grupo Caberj esclarece que as ações de educação e prevenção em saúde – incluindo a bucal – são fundamentais no processo de tratamento “e devem ser realizadas com o intuito de promover uma autonomia dos pacientes com relação ao autocuidado e uma melhor qualidade de vida ”.