Além do Novembro Azul: a atenção ao câncer bucal
Historicamente, os homens não procuram os serviços de saúde como rotina, isto é, não se utilizam das medidas preventivas da atenção primária e acabam buscando assistência na atenção especializada. O público masculino tende a acreditar que a doença é um sinal de fragilidade e que a ida ao médico pode expor sua vulnerabilidade.
O câncer de próstata é o segundo tipo de neoplasia mais prevalente nos homens, perdendo apenas para o de pulmão. Mas existem também o câncer de cavidade oral, que é mais prevalente em pessoas do sexo masculino. O tumor maligno da boca pode ser diagnosticado precocemente através da consulta de rotina com o cirurgião-dentista. Por isso, o mês de novembro ganhou outra cor: a vermelha. O objetivo é conscientizar a população para a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer bucal.
“Os principais sintomas são o surgimento de machucados, como úlceras que demoram a cicatrizar, manchas brancas ou avermelhadas, sangramentos, inchaço e dormência em alguma área, além de rouquidão ”, afirma a Dra. Sueli Cavalcanti, dentista do Grupo Caberj.
“Nas primeiras etapas, a doença pode ser silenciosa, sem a manifestação de sinais. Nas fases mais avançadas, pode causar mau hálito, dores na região, dificuldade para falar e engolir, além do desenvolvimento de caroços no pescoço e perda de peso ”, completa a cirurgiã-dentista, que ainda faz um alerta: “Feridas que não cicatrizam em até duas semanas devem ser investigadas ”.
Dicas de Prevenção contra o câncer bucal
- Não fumar;
- Evitar o consumo de bebidas alcoólicas;
- Ter alimentação rica em frutas, verduras e legumes;
- Manter boa higiene bucal;
- Usar preservativo (camisinha) na prática do sexo oral;
- Prestar atenção a mudanças na coloração ou no aspecto da boca.
Fatores que aumentam o risco do câncer de boca
- Exposição ao sol sem proteção;
- Excesso de gordura corporal;
- Exposição a óleo de corte; amianto; formaldeído, sílica; fuligem de carvão; solventes orgânicos; agrotóxicos; e poeira de madeira, de couro, de cimento, de cereais, têxtil e de couro;
- Trabalhadores da agricultura e criação de animais, indústria têxtil, de couro, metalúrgica, borracha, construção civil, oficina mecânica, fundição, mineração de carvão;
- Profissionais cabeleireiros, carpinteiros, encanadores, instaladores de carpete, moldadores e modeladores de vidro, oleiros, açougueiros, barbeiros, mineiros, canteiros, pintores e mecânicos de automóveis;
- Infectados com o vírus HPV;
- Tabagismo.
Como é o tratamento contra a doença?
Na maior parte das vezes o tratamento é cirúrgico, tanto para lesões menores, com cirurgias mais simples, como para tumores maiores. A cirurgia consiste na retirada da área afetada pelo tumor associada à remoção dos linfonodos do pescoço e algum tipo de reconstrução, quando necessário.
Em lesões mais simples, muitas vezes é necessário apenas retirá-la. Já em casos mais complexos, além do tratamento cirúrgico, é preciso realizar radioterapia para complementar o tratamento e obter melhor resultado curativo. Em todas as etapas do tratamento é importante a participação de vários profissionais de saúde, visando a prevenir complicações e sequelas.